Desculpas o teu próprio pecado?

Artigo por Don Straka

Todos conhecemos a natureza mortal do pecado, mas muitas vezes desconhecemos seu sutil companheiro – a desculpa.

As desculpas convertem a seriedade do pecado em um simples encolhimento de ombros. “Foi apenas um erro em uma noite cansada.” Não é grande coisa. Não tenho culpa. E assim, transformamos nossas maiores ofensas contra Deus em algo leve, tirando-lhes qualquer significado. Em vez de encararmos nosso pecado, nós o desculpamos. Em vez de matar o pecado, o justificamos. Nossos pecados não se tornam, em nossas mentes, maiores de que o tipo de erros que as crianças fazem ao jogar futebol.

Desculpas dos adultos

Este foi o momento – o passe perfeito logo na frente do golo. Eu poderia finalmente ser a estrela de futebol de doze anos que fui feito para ser. Podia ouvir a minha mãe torcendo muito ao fundo quando dirigi minha perna em direção à bola.

Mas eu falhei. Eu falhei completamente. Acabou a chance. Lá se foi o sonho.

Onde foi minha mente naquele próximo momento? A relva estava escorregadia, o sol estava nos meus olhos, peguei grampo na relva logo antes do remate. E assim continuaram as desculpas. Eu precisava de desculpas para me acalmar. Não foi mesmo minha culpa.

Desculpas bonitas não ficam apenas pelos campos de futebol juvenil. À medida que crescemos, também nossas desculpas aumentam. Passamos de desconsiderar falhanços no futebol para desconsiderar ataques de raiva; de justificar quartos sujos para racionalizar cliques em sites sexualmente explícitos. Nós dizemos de forma irrefletida: “chateei-me com minha esposa porque estava cansado”. E com essa pequena desculpa, reconhecemos o pecado, mas achamos que está tudo bem. Mas não está.

Uma herança de passar a culpa

Certamente, não somos os primeiros a desculpar nossos pecados. Pense nos passadores de culpa na Bíblia. Todos sabiam que pecaram, mas tentaram explicar isso. Adão passou sua culpa no jardim quando apontou o dedo para Eva (Gênesis 3:12). Arão deixou a culpa do bezerro de ouro sobre as pessoas (Êxodo 32: 21-24). Saul tentou desculpar seu sacrifício ilegal porque tecnicamente Samuel estava atrasado (1 Samuel 13: 11-12). As desculpas têm causado estragos desde o início. E a pior parte é, em qualquer dia, nem percebemos que estamos criando desculpas.

Como o monóxido de carbono, as desculpas andam aí indetectadas e trazem um veneno mortal. Cada desculpa tem sua própria fórmula tóxica:

Eu fiz isso porque. . . estava com tanta pressa. Eles estavam gritando, então eu também comecei a gritar. Eu estava certo, e eles não estavam ouvindo.

Essas desculpas tentam-nos enganar para aceitar o pecado porque foi culpa da minha esposa, ou culpa do tráfego, ou porque foi resultado do meu cansaço. Em suma, as desculpas tornam o pecado um resultado inevitável, em vez de um assassino mortal.

O verdadeiro problema

Não são as situações que fazem com que as pessoas pequem; nós escolhemos pecar. O trabalho pode colocar o stress sobre você, mas você escolhe cortar caminhos. Sua esposa pode criticá-lo injustamente, mas você escolhe responder com agressão passiva. O tráfego pode ser pesado, mas você opta por responder com explosões de raiva até ao trabalho. As circunstâncias não nos obrigam a pecar. Elas apenas ajudam a revelar nossos pecados. Não importa o quanto as cartas parecem empilhadas contra nós, nosso pecado é sempre uma escolha que fazemos.

Para além disso, Deus nos chama a lutar contra o pecado, em qualquer circunstância. O chamamento para matar o pecado permanece com mesmo vigor quer quando estamos cansados, quer quando estamos acordados e despertos. Paulo nos lembra: “Em todas as circunstâncias, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno” (Efésios 6:16). Essa mentalidade não tira férias quando a vida é desafiadora. Pelo contrário, Paulo nos lembra que Deus nos chama a matar o pecado o tempo todo. Não podemos desistir da luta contra o pecado apenas porque podemos explicar como ele aconteceu.

Assume-o

Finalmente, sempre que usamos desculpas, chegamos a acordo com o fato de termos trocado a confissão, pelo substituto barato da desculpa. Seja qual for a desculpa, de repente estamos a andar na escuridão enquanto afirmamos estar na luz (1 João 1: 8). Nós caímos no pecado, e em vez de assumir o pecado, nós caminhamos dizendo: Nada para ver aqui. Não foi minha culpa. Não há pecado aqui.

Mas esta troca vem com um grande custo. Neste momento, nossas desculpas não só deixam o pecado sugar nossa vida; elas roubam-nos a alegria que Deus quer entregar enquanto perdoa e nos purifica do nosso pecado.

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. (1 João 1: 9)

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Toda vez que descartamos esses pecados, perdemos a graça que Deus criou para cobrir nossos pecados. Deus realmente tem graça para enfrentar todos os fracassos, mas receber essa graça começa por confessar o pecado:

Na verdade, não arrumei a cozinha hoje porque fui egoísta. Fui a esse site novamente para satisfazer a luxúria nojenta em meu coração. Fiquei com raiva na noite passada porque coloquei os meus interesses à frente dos teus.

Depois de confessar estas verdades a Deus (e um ao outro), podemos descansar, sabendo que 1 João 1: 9 não possui uma lista negra de pecados que não recebem a generosa graça que Deus tem para oferecer. Não importa o quão escuras são as coisas quando tirarmos as desculpas expondo o pecado, a graça de Deus brilhará mais forte.

Com essa confissão, Deus não só promete nos perdoar, mas também nos purificar. Ele quer que confessemos nosso pecado e, então, sentir a graça imensurável que lava tudo com a declaração: “Portanto, agora não há condenação” (Romanos 8: 1). E essa limpeza deve levar-nos a uma nova vida. João diz: “estas coisas vos escrevo, para que não pequeis” (1 João 2: 1). A confissão, portanto, não é apenas a esperança de perdão e a promessa de limpeza, mas nossa única esperança de mudar.

Não esconder mais

A boa notícia é que a graça de Deus nos assegura que podemos ser o tipo de pessoas que estão felizes em assumir nossos falhanços- o tipo de pessoas que pararam de se esconder atrás das desculpas.

Tão feio como o nosso pecado possa ser, a graça nos permite abandonar desculpas porque a promessa de perdão e limpeza está do outro lado da confissão. Toda a confissão traz o pecado fora do esconderijo para a luz (João 3: 19-21). E Deus prometeu que, quando trazemos o pecado à luz, “temos um advogado com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1 João 2: 1).

 

Artigo original em : https://www.desiringgod.org/articles/do-you-excuse-your-own-sin

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