Deus prepara sempre a mesa. Saboreando a Majestade em todas as Refeições

Talvez nenhum ato de provisão divina venha e vá tão silenciosamente, tão previsivelmente, quase impercetivelmente, como a nossa próxima refeição.

Neste momento, para milhões de pessoas em todo o mundo, esse grande milagre é sentido e reverenciado. Ao contrário de muitos de nós, quando oram: “Dá-nos o pão de cada dia” (Mateus 6:11), eles realmente não sabem se e como esse pão virá. Eles esperam por comida como muitos de nós nunca esperamos. Quando se deitam à noite, tendo comido o suficiente para acalmar seus estômagos doridos, ficam admirados por não terem passado fome hoje – que Deus os tenha alimentado o suficiente para sustentá-los por outras 24 longas horas.

Quão pouco o resto de nós consegue-se maravilhar enquanto comemos. Esquecemo-nos de comer. Às vezes, pensamos nas refeições como interrupções num dia produtivo. Não nos apercebemos da maravilha, como assistir a três nasceres do sol ardente todos os dias, quando o Deus do céu e da terra nos alimenta.

Ele traz a refeição

O Salmo 104 não se esquece da beleza estonteante do pão diário:

Fazes crescer a relva para os animais e as plantas que o ser humano cultiva, para que da terra tire o seu alimento:
o vinho, que alegra o coração, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o pão, que lhe sustém as forças. (Salmo 104: 14-15)

Deus, Tu estendes o céu como uma cortina, (Salmo 104: 2). Tu colocas as camadas da terra em suas fundações, envolvendo cuidadosamente o núcleo com manto, e manto com 40.000 quilômetros de crosta (Salmo 104: 5). Tu levantas as montanhas com as mãos, algumas delas a 6.000 metros de altura, e esculpes as profundezas e fendas de todos os vales (Salmo 104: 8). E Tu nos alimentas.

Nossa próxima refeição fica lá ao lado do Monte Everest, do Grand Canyon e da Galáxia de Andrômeda, entre as maravilhas mais impressionantes de toda a criação. Você, como eu, perdeu o espetacular mistério colocado no prato diante de você?

A comida não é uma nota de rodapé

Jesus vê o que o salmista viu, a maravilha do tamanho de Deus no pão que sustenta a vida. Quando Ele ensina seus discípulos a orar, Ele diz:

Portanto, orem assim: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia nos dá hoje; (Mateus 6: 9–11)

Nosso Senhor se move dos confins do céu e da terra até ao trigo em nosso prato. A transição não é dissonante do cosmos para a cozinha, mesmo em sua oração extremamente concisa, porque Ele vê quão poderosamente Deus deve agir em ambos.

Quando paramos para orar e agradecer a comida diante de nós, temos que resistir a pensar que esses momentos são triviais, periféricos, esquecíveis. Em toda a refeição, Deus põe a mesa. Ele está santificando Seu nome, estendendo Seu reino e fazendo sua vontade (entre outras maneiras), fornecendo comida ao seu povo. O que comemos não é uma nota de rodapé ou uma reflexão tardia para Jesus. Como Ele quer que seu Pai seja glorificado, Ele não considera Seu pão diário (ou nosso) garantido.

Dois grandes ingredientes

Deus mistura pelo menos dois grandes ingredientes na adoração das refeições: Primeiro, Ele cozinha algo de Si mesmo – Seu valor, Sua glória de dar água na boca – em tudo o que comemos. Nada do que consumimos é silencioso sobre Deus. Cada mordida nos convida a desfrutar de algo mais doce, mais gratificante, mais sustentador da alma: a Ele. “A criação de alimentos, línguas e o sistema digestivo humano é o produto da infinita sabedoria que une o mundo num todo harmonioso”, escreve Joe Rigney. “A variedade de gostos cria categorias e nos dá imagens comestíveis das coisas divinas” (The Things of Earth, 81).

Segundo, quando Deus prepara nossa comida para nós, Ele nos nutre e fortalece para fazer a vontade Dele – comer, beber, ou o que quer que façamos para sua glória (1 Coríntios 10:31). O homem não vive só de pão, mas não viverá muito tempo sem pão. Deus nos escolhe dentre todas as pessoas da terra, apesar do pouco que merecemos seu amor, e nos torna testemunhas até Aos confins da terra, e – maravilha das maravilhas – Ele nos sustenta todos os dias, hora a hora, trazendo comida da terra. Como Rigney continua dizendo: “Sim, é nos dada comida para nosso prazer, para ampliar nossas categorias para conhecer Deus. Mas comida também é a maneira de Deus nos fornecer energia e força para o trabalho” (85).

Se você perdeu o senso do mistério de suas refeições, lembre-se de que esse alimento não veio da despensa ou da geladeira, da mercearia ou do mercado dos fazendeiros, do açougue ou da colheita, mas da mente e do coração de Deus. E Ele não nos confiou bocas e refeições simplesmente para sobreviver. Ele quer que comamos mais Dele – experimentemos e desfrutemos mais Dele, e que compartilhemos mais Dele com o mundo.

A minha Porção Eterna

Não nos maravilharemos verdadeiramente com o nosso suprimento diário de comida, se não valorizarmos a Deus mais do que a comida. “Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam” – minha água pode secar e meu pão pode não vir – “Deus é a fortaleza do meu coração e a minha porção para sempre.” (Salmos 73:26). Ele é minha parte – três refeições completas (e mais) por centenas de milhares de anos (e mais). Rigney escreve,

Nosso senso de fome e sede é divinamente projetado para destacar a fome da alma por alimento espiritual. . . . Além de nossa experiência de estômagos vazios e gargantas ressecadas, de barrigas cheias, sede extinta e a incrível variedade de gostos, nossas vidas espirituais seriam empobrecidas e não teríamos vocabulário real para o desejo espiritual nem nenhuma estrutura mental e emocional para nos envolvermos com Deus. (81)

Deus quer que as nossas refeições nos deixem com fome Dele. Comemos frequentemente apenas para fazer desaparecer a nossa fome. E se comêssemos, em vez disso, tentando provar, ver e apreciar o Deus que nos alimenta?

Nosso Deus veio, tomou nossa carne e comeu entre nós, dizendo: “Eu sou o pão da vida; quem vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”(João 6:35). Então o pão da vida foi quebrado na cruz, derramando o vinho de seu precioso sangue por nós – os famintos, os ingratos, os errantes – para nos levar a sua nova aliança (1 Coríntios 11: 24–26), e garantir um lugar para nós na “ceia das bodas do Cordeiro” (Apocalipse 19: 9).

Desacelere e saboreie a majestade na sua próxima refeição. Por mais incidental que possa parecer, a comida está apontando para o Provedor, contando sua história e antecipando o banquete eterno que desfrutaremos com Ele.

Artigo original por Marshall Segal (@marshallsegal) em : https://www.desiringgod.org/articles/god-always-sets-the-table

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